sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Você quer ser o Alex ou o Ronaldinho?


A Genialidade ou a Vida?

Essa semana eu assisti um pouco do campeonato brasileiro, em pude ver o talento que o jogador Ronaldinho tem. Mesmo que mais velho e fora da forma ideal, ele ainda tem lampejos do grande jogador que foi e, em 9 segundos, é capaz de acabar com o jogo. Ronaldinho é futebolista que possui um grande talento: desde ainda criança já impressionava com o que era capaz de fazer. Como era de se esperar, tornou-se um grande jogador e foi considerado o melhor do mundo. Talvez os mais jovens nunca vejam um jogador tão genial – podem ver um melhor, mais ágil, mais goleador, como é o caso do Messi, mas, em seu ápice poucos, se comparam ao Gaúcho, ex-Grêmio, com o brilhantismo quase sobre-humano. Então me lembrei do Alex Rogério (é um pseudônimo para preservar a pessoa), que era um gerente muito jovem em uma grande empresa que trabalhei. Ele comandava uma equipe com pessoas mais velhas e tinha as melhores médias da empresa. Trabalhava muito e, por isso, sua esposa vivia reclamando por sair às 7h e voltar às 22h para casa de segunda à sexta e ainda ser um dos únicos gerentes/funcionários a pegar no batente em todos os fins de semana. Tinha como retorno um bom salário e nenhum tempo para a família.
Voltando ao Ronaldinho, farei uma análise superficial, não me julguem, ok? Enquanto estava na Europa, ele estava com sede de vitória, queria vencer, queria gols, queria ser convocado para a seleção, mais do que isso seu objetivo era ser o melhor. Para isso, tenho certeza que ele trabalhou muito, perdeu muitas festas, aniversários, namoradas e no fim conseguiu: foi o melhor por duas vezes, conquistou a Europa e o mundo, conseguiu tudo que um jogador sempre desejou. Teve de treinar muito após o horário de treino, mas e depois? Já tinha dinheiro, mas nunca tinha ido à Disney nem para uma série de lugares que sempre quis. Então, a meu ver, ele decidiu, que seria um ótimo jogador, mas não precisava mais fazer hora extra nos treinos para aprender carretilhas e dribles. Mas pecou em uma coisa: as pessoas ainda esperavam/esperam muito dele. Chamo-o de "O Gênio preguiçoso".
Voltando ao Alex, o gerente, ele conseguiu um ótimo cargo com 35 anos em uma multinacional, um alto salário e, mais do que isso, contatos pelo mundo todo. Só que via pouco a mulher e os filhos, curtia pouco a bela casa com quadra e piscina, era viciado em trabalho. Apesar de eu não ter acompanhado sua vida, já o vi várias vezes sendo cobrado pela mulher, e não é difícil imaginar brigas, confusão, ciúmes etc. Tudo nesta vida cobra seu preço e às vezes pode ser alto demais.
O que precisamos nos perguntar é o seguinte: Quem você deseja ser? O Ronaldinho de hoje ou o Alex? Eu me faço essa pergunta constantemente, fazer um trabalho incrível, se matar na faculdade, ficar até mais tarde e fazer horas extras, ou ser um funcionário mediano, bom mas com uma lentidão em oportunidades melhores e caminhos mais fáceis. Com esse caminho é possível ter uma fase adulta confortável e privilegiada. Pense em quantos jovens não tentam ser supergênios desde os 10 anos de idade, incentivados pelos pais a entrar em uma grande escola, faculdade e emprego? Quantos beijos eles não perderam? Quantas festinhas? Por outro lado, existe também uma série de jovens que não se esforçam tudo o que nossa sociedade selvagem pede, não se "matam" no emprego e ficam estagnados, parados, acomodados. O tempo parece passar mais devagar para eles e, na realidade, espera-se muito num mundo louco como o nosso. Qual a solução?, você me pergunta. Uma única palavra: equilíbrio. Dominando a si mesmo é possível ser os dois, Alex e Ronaldinho.






Um comentário:

  1. Prefiro ser o Ronaldinho, de que adianta vou me matar por 10 anos perder todo o convivio social para depois curtir. Posso morrer antes e não aproveitar o que planejei para 10 anos e ai? Claro que também não sou a favor de vida loca sem esforço e comprometimento nenhum, mas acho que deu pra entender. Bom post Vi.

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